Barreiro | Encontro debateu papel da Comissão Técnica Independente e novo aeroporto Luís de Camões

Noticia In Diário do Distrito

A Plataforma Cívica BA6 Não, criada há seis anos e que em breve adoptará a nova designação ‘Plataforma BA6 – Pessoas Primeiro’, realizou na tarde deste sábado, na Sociedade Democrática União Barreirense – Os Franceses, no Barreiro, um encontro-debate com a presidente da Comissão Técnica Independente (CTI) Maria do Rosário Partidário, e Nuno Costa, membro desta.

Os dois convidados agradeceram o convite e explicaram alguns dos principais aspectos do trabalho realizado pela CT, ambos concordando que “foi muito difícil”.

A presidente da CTI agradeceu também “o apoio que tivemos por parte da Plataforma BA6 Não, e saliento mesmo que um dos factores do sucesso deste trabalho foram as condições de participação do público, que aderiu em força.

Tivemos mais de 150 mil contributos, através das várias plataformas, o que nos permitiu a recolha de múltiplas perspectivas e contributos, um verdadeiro exemplo de convergência, pluralismo e cidadania.”

Outro dos factores de sucesso que apontou “deve-se a que, desde o início, impusemos que a solução tinha de ser pensada a longo prazo. E quando se pensa assim, as coisas ganham outra escala.”

Maria do Rosário Partidário salientou também “todo o trabalho conjunto de uma equipa com a qual tive muita honra em trabalhar”, mas mostrou-se algo céptica: “vamos ver se o aeroporto se concretiza, porque apesar deste documento ter sido elaborado, não significa que o aeroporto esteja feito. Teremos o Mundial de Futebol em 2030 e é essencial este equipamento para Portugal.”

Perante este cenário, lamentou que “em Portugal as decisões levem muito tempo a ser tomadas e muitas vezes, quando vão ser aplicadas, já estão aquém da realidade, porque nunca se consegue pensar a longo prazo”.

Outro aspecto que a presidente da CTI realçou foi “os vários avisos que fizemos à CCDR-LVT e aos autarcas, antes de tornar público o estudo, para que tomassem medidas preventivas no sentido de organizar os Planos Directores Municipais, de forma a evitarem a especulação com os preços dos terrenos, mas foi como se nada fosse dito, e agora vemos os preços dos terrenos a disparar.”

A participação pública com que contou este estudo foi abordada por Nuno Costa, satisfeito “porque nunca tivemos um tão grande número de participações sobre um assunto, o que nos permitiu fazer um trabalho inovador a nível nacional.

Toda a gente foi ouvida, todas as participações tiveram resposta e foram avaliadas, o que também contribuiu para a aceitação da CTI pela opinião pública, e para os resultados que foram apresentados. Foi uma experiência que não vou esquecer.”

Sobre os aspectos mais difíceis, salientou “os prazos, uma questão horrível para cumprirmos, mas que foi conseguido, e terminámos com custos abaixo do orçamento designado.

Apesar de tudo isto, foi um trabalho gratificante e que permitiu à CTI contribuir para uma decisão mais informada do Governo.”

Seguiram-se várias participações de elementos da Plataforma, que contaram alguns episódios vividos durante o processo, bem como a necessidade de continuar a pressionar o Governo para a construção do novo aeroporto Luís de Camões no Campo de Tiro de Alcochete.

In: Diário do Distrito